Há risco de a situação sanitária pública piorar nas próximas semanas em meio à alta de 353% de casos de Covid-19 nas últimas 24h em São Luís: o lixo pode ficar ao vento nas calçadas e avenidas da capital maranhense.
Segundo o blog apurou, a gestão do prefeito Eduardo Braide (PODE) deve nada menos do que R$ 14,9 milhões à São Luís Engenharia Ambiental (SLEA), empresa contratada para coletar o lixo, varrer ruas e avenidas, fazer capina, roçagem e executar outros serviços do gênero na cidade.
O calote trouxe como consequências diretas e imediatas, uma paralisação de advertência de 24h, dos trabalhadores que realizam a coleta de lixo, por causa da falta da diferença do pagamento do reajuste de três meses de salário, uma situação que pode gerar grave risco ao meio ambiente e à saúde pública.
As atividades foram paralisadas a partir das 19h de quinta-feira (6). Segundo a categoria, eles cruzaram os braços para alertar a sociedade para o que poder vir pela frente. Os trabalhadores retornaram ao trabalho às 19h desta sexta (7).
De acordo com o presidente do Sindicato de Asseio e Conservação de São Luís (SEEAC-SLZ), Maxwell Bezerra, a empresa confirmou o calote alegando que não tem dinheiro, pois não recebeu parte dos serviços prestados da prefeitura.
“Em 2019, a gente não teve reajuste salarial, em 2020 a gente teve um pequeno reajuste irrisório, só para calar a boca do povo. E ficou três meses de reajuste para receber. O salário foi reajustado, mas não deram o retroativo de três meses. A empresa fica dizendo que não tem dinheiro, que não está pegando a parte de prefeitura”, declarou.
Ao todo, 1.100 garis trabalham na coleta de lixo na capital maranhense, e, segundo o SEEAC-SLZ, o valor retroativo a ser recebido por cada trabalhador é em torno de R$ 300. O sindicato destacou ainda que a São Luís Ambiental alega aos trabalhadores que não recebeu da Prefeitura de São Luís o valor retroativo a ser pago aos agentes de limpeza.
Números do calote
Levantamento realizado pelo blog junto ao Portal da Transparência, site que tem por finalidade veicular dados e informações detalhados sobre a execução orçamentária e financeira da administração ludovicense, mostra o tamanho do calote ao longo do ano de 2021.
Dos R$ 154.158.168,00 que tinha empenhado para receber do governo Braide, a SLEA recebeu R$ 139.214.040,35, ficando um saldo de R$ 14.944.127,65 que não foram pagos pelo Município por serviços prestados a empresa.
Os números da inadimplência, entretanto, podem ser ainda maior se for levada em conta o calote dos anos anteriores. Em 2020, por exemplo, dos R$ 195.663.026,48 que tinha empenhado, a prefeitura pagou apenas R$ 162.797.184,38, ficando um débito de R$ 32.865.842,1.
Já em 2019, foram empenhados R$ 78.728.705,78, mas foram pagos somente R$ 70.296.581,90, ficando um saldo de R$ 8.432.123,88. Em 2018, o debito foi ainda maior. Naquele ano, foram R$ 196.492.786,63 de empenho, mas somente R$ 135.022.773,39 foram pagos, ficando uma dívida de R$ 61.470.013,28 com a empresa.
Outro lado
Por meio de nota à imprensa, a Prefeitura de São Luís afirmou apenas que “não foi comunicada de nenhuma paralisação no serviço de coleta de lixo”, e não mencionou a questão do repasse de pagamento aos trabalhadores.
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