A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contratou uma empresa criada no início de fevereiro para implementar o voto online em suas seccionais estaduais. Inédita, a eleição virtual da entidade acontecerá em cinco estados – incluindo o Maranhão – em novembro.

Trata-se da Webvoto Tecnologia em Eleições Ltda. No entanto, a empresária Fortunato Venturoli, sócia da empresa com mais quatro pessoas, estaria sendo investigada por fraudes em processos eleitorais de outras instituições, segundo constatou o blog do Isaías Rocha a partir de informações trazidas através de reportagem do Correio Brasiliense.

Antes de constituir a Webvoto, em fevereiro de 2021, Caroline Venturoli atuou como advogada e procuradora legal de outra empresa especializada em eleição digital. Trata-se da Scylt Soluções de Segurança e Voto Eletrônico S.A., com sede em Barcelona, na Espanha. A empresária foi representante legal da empresa em processo que apurou denúncias de irregularidades na eleição da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), ocorrida em abril de 2017.

E isso não é tudo. Os documentos disponíveis na internet sobre a Webvoto, indicam que ela não possui condições técnicas para a atividade. E o mais grave: usa justamente cases da firma acusada de fraude eleitoral.

Sem expertise, a Webvoto responsável pela eleição da OAB-MA admite que nos últimos 8 anos, atuou no Brasil sob o nome da multinacional espanhola SCTYL, empresa líder mundial no mercado de eleições, mas que deixou de existir no país no dia 22 de fevereiro, quatro anos depois das denúncias de irregularidades na eleição CGADB.

Postura contraditória

“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, é um ditado regularmente usado para denegrir alguém, que demonstra maus exemplos em suas atitudes.

A expressão pode ser usada perfeitamente para definir a postura contraditória do presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, que costumava criticar o presidente Jair Bolsonaro por questionar a segurança das urnas eletrônicas.

No momento em que o dirigente da entidade máxima de representação dos advogados tem a oportunidade de comprovar a segurança dos equipamentos de votação, a instituição que ele comanda acaba se colocando numa posição favorável à de Bolsonaro ao optar em realizar eleições em cinco das 27 seccionais sem uso das urnas eletrônicas que vem sendo tão questionada pelo presidente da República.

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