Durante cerca de 1 hora e 8 minutos de duração da sua tradicional live nas redes sociais de toda terça-feira, o senador Roberto Rocha evitou comentar sobre o esquema de fraude na aquisição de equipamentos destinados ao combate à pandemia da Covid-19 em São Luís, que teria causado prejuízo de R$ 478 mil aos cofres públicos durante a gestão do ex-prefeito Edivaldo Júnior (PDT), de quem o senador foi vice-prefeito entre 1º de janeiro de 2013 a 30 de janeiro de 2015.
Enquanto o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e o consultor legislativo do Senado João Trindade, convidados desta terceira edição da live, se pronunciavam sobre a ampliação para que o colegiado investigue governadores e prefeitos que receberam bilhões de verbas federais para o enfrentamento à Covid, Rocha adotou uma postura ofensiva mais voltada ao governador Flávio Dino (PCdoB), devido ao calote na compra de respiradores do exterior, ignorando o esquema criminoso com atuação na Secretaria Municipal de Saúde (Semus) da capital maranhense, administrada desde o dia 1º de janeiro deste ano pelo prefeito Eduardo Braide, aliado do senador maranhense.
No esforço de contra-ataque do governo Jair Bolsonaro contra governadores na CPI da Covidão, senadores aliados nos estados devem atuar como fornecedores de informações detalhadas sobre irregularidades na aplicação de recursos federais. O problema, entretanto, é que o colegiado pode acabar sendo usado como trampolim político para focar em adversário e isentar aliados.
Ainda bem que o próprio Eduardo Girão deu a dica para evitar que casos como esses possam ocorrer. “Se a sociedade não reagir, a CPI vai blindar governadores e prefeitos que receberam bilhões de verbas federais para o enfrentamento à Covid. Casos de desvios precisam ser apurados! O comando da Comissão precisa ter isenção e independência para investigar todos os entes da Federação” – destacou.