À medida em que se aproxima a edição do calendário para as eleições gerais de 2022, as indefinições partidárias ganham peso nas decisões que serão tomadas pelas lideranças políticas de agora por diante. É o que observa o blog Repórter Tempo, editado pelo jornalista Ribamar Corrêa.
A publicação apontou três casos de futuro partidário ainda incerto que movimentam o cenário da corrida eleitoral no Maranhão, pelo fato de que as definições poderão causar alterações expressivas em grupos e projetos de candidatura. Eles envolvem o governador Flávio Dino (PCdoB), o senador Roberto Rocha (sem partido) e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido). Os três, para os quais as eleições do ano que vem serão decisivas por razões diversas, vivem situações que vão do poder de escolher entre várias opções, podendo ficar onde estão sem maiores perdas, à angustiante redução drástica das alternativas, que pode resultar em desastre político e eleitoral.
O governador Flávio Dino vive o que se pode chamar de situação partidária confortável, ainda que seu partido, o PCdoB, corra o sério risco de ser barrado na comunidade de partidos amparados pela legislação em vigor no País. Tem portas abertas no PSB, no PT, no PDT e até no PSDB, mantendo conversa mais promissora com os socialistas. Flávio Dino não quer deixar o PCdoB, gosta do seu partido. Tanto que antes de decidir para onde irá, aposta em projeto de Lei, em trânsito na Câmara Federal, prevendo a criação de “federação” partidária, que permite que dois ou mais partidos se juntem, mas sem perder as suas personalidades ideológicas e suas linhas doutrinárias. Se o projeto não passar, ele poderá migrar para o PSB, o que, se confirmado, será um tiro mortal no PCdoB. Mas nada perderá se permanecer no seu partido, mantendo a legenda forte no Maranhão, pelo menos até as eleições. Deve bater martelo em pouco tempo, consolidando assim o seu projeto de disputar o Senado, distante que está da corrida presidencial.
O senador Roberto Rocha vive uma situação radicalmente inversa. Ele se elegeu pelo PSB, migrou de volta para o PSDB, perdeu o controle do ninho e agora encontra-se no barco dos “sem-partido”. Essa trajetória de perdas partidárias se deu depois que o senador rompeu com aliados da esquerda e centro-esquerda ao se converter, de maneira quase obstinada, ao bolsonarismo. Ao deixar o PSDB, por pressões internas, decidiu aguardar o presidente Jair Bolsonaro escolher um partido, para acompanhá-lo na nova legenda. Só que o presidente está enfrenando dificuldades para encontrar um partido para chamar de seu, levando Roberto Rocha a amargar uma dramática redução de opções. Em fim de mandato, sem perspectiva de reeleição e inclinado a encarar uma disputa dificílima para o Governo do Estado, o senador continua sem saber por qual bandeira partidária se candidatará.
Se não vive o conforto partidário do governador Flávio Dino, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., também não amarga a dramática falta de opções que vem dificultando a vida do senador Roberto Rocha. Edivaldo Holanda Jr., que iniciou a carreira pelo nanico PTC, hoje um partido “fantasma”, se consolidou político no PDT, de onde saiu após deixar a Prefeitura, mergulhando na indefinição. As conversas que manteve até agora não deram bons resultados, causando a impressão de que o ex-prefeito se debate com o fantasma do isolamento. Nas últimas horas, correu a especulação de que ele estaria em conversas com PSD, controlado no estado pelo deputado federal Edilázio Jr., sarneysista de origem e apoiador assumido do Governo Bolsonaro. Os especuladores dizem que o PSD o quer para candidato a governador, projeto alimentado também pelo ex-prefeito. O fato é que, se não fechar com o PSD, Edivaldo Holanda Jr. terá dificuldade para encontrar um partido.
A questão partidária relacionada com as eleições do ano que vem vai muito além de casos como esses. Há deputados estaduais – como Duarte Jr., que está no Republicanos, mas deve migrar para PSDB ou PL – e federais nessa situação. Essa questão está presente também entre muitos prefeitos que, diante da movimentação pré-eleitoral, sinalizam a intenção de mudar de partido.
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