WhatsApp, Google e mais 6 serviços selam acordo com TSE contra fake news (Foto: Reprodução)

Assistimos na última terça-feira (15) ao Tribunal Superior Eleitoral anunciar e assinar o acordo para combater a desinformação. O fato de estarmos em um ano eleitoral e tomando como ponto de análise o que veio a acontecer no Estados Unidos no último ano, quando findada as eleições presidenciais, com a invasão do Capitólio, nasce pelo TSE um acordo entre as plataformas de comunicação digital para combater as notícias falsas e assegurar a democracia.

Parece surreal lermos essa introdução de artigo, em pleno século XXI. Mas é fato! De acordo com o publicitário Vinicius Figueira, articulista de A Gazeta, as atitudes do TSE parecem mirar muito mais a segurança à democracia do que a desinformação em si. E por que a “desinformação” chega a gerar guerras, ataques e riscos?

Precisamos assimilar que nos encontramos no meio da primavera digital, vamos dizer assim. Surgem diversas plataformas para disseminar informações, notícias, imagens, vídeos, enfim. E essa propagação acontece sempre de forma muito estratégia, quem a faz não as joga no ventilador, mas mira uma bolha. Nessa bolha residem as crenças, as personalidades, as verdades comuns, oracional intransigente, e vamos combinar: só receber notícias que confirmam o que penso entropece o ego e a consciência, uma vez que uma verdade em que acredito (fake news) recebida centenas de vezes só pode ser ‘verdade’. E essa verdade virar argumento, que vira sustento…

A pergunta que nos fazemos é: como vai funcionar esse acordo? O que as plataformas vão fazer: etiquetar a mentira? Exonerar das redes? “Exterminar” que a prolifera? Será um tremendo desafio, mas precisamos admitir que essa ação estratégica e tática do TSE equivale a um grande passo nos tempos em que vivemos. Quem sabe muitas bolhas serão furadas.

Mas no meio do caminho tem uma pedra, e essa pedra se chama Telegram. Eles não possuem “representação” no Brasil. Eles ficaram fora do acordo. Não assinaram o pacto. Detalhe: o Telegram, hoje, reúne boa parte dos grupos disseminadores de fake news justamente por ser uma rede um tanto quanto ilimitada nas regras para os grupos. Uns as enxergam como expressão da liberdade, outros da libertinagem da comunicação. A verdade é única e veio pela boa de quem preside o acordo: o Telegram corre risco de ser “exterminado” no Brasil caso não entre nos trilhos.

Estamos indo para os meandros da história eleitoral. Caminhamos para eleições polarizadas e complicadas. Fala-se de uma eleição para salvar a democracia. E se tem uma coisa que ameaça o regime democrático são as informações insanas e carregadas de ódio. Que possamos assinar esse pacto. Que possamos furar muitas bolhas e saímos desse lugar onde viemos parar, hoje. Quem vive na bolha chega a dizer que atitude como essa (acordo para combater a desinformação) é uma afronta à liberdade de expressão, mas ousemos pensar que não há outra forma de ser mais livre do que viver fora das bolhas.

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