Dependente da verba pública para segurar o aumento do custo das passagens aos usuários do sistema, a Prefeitura de São Luís cada vez mais coloca dinheiro próprio para minimizar o impacto no bolso dos passageiros.
A prática do subsídio não é nova, mas não se tem informações de quando teria começado na capital maranhense. A fonte, entretanto, ainda não secou e a cada nova gestão milhões de recursos públicos vem sendo aplicados no setor.
Na manhã desta segunda-feira (1º), o prefeito Eduardo Braide voltou a usar esse método ao se reunir com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) para mediar um acordo entre empregados e patrões visando pôr fim à greve no transporte da capital sem reajuste das tarifas aos usuários.
No entanto, o subsídio às empresas de ônibus vai custar mais à cidade do que o reajuste de R$ 90 centavos proposto pelos empresários do setor durante a greve. Segundo as informações obtidas pelo blog, serão pagos três parcelas de R$ 4 milhões, totalizando a bagatela de R$ 12 milhões em subsídios.
A despesa mensal para equilibrar o sistema de transporte tem uma previsão de investimento maior do que as áreas de esporte e lazer, trabalho e gestão ambiental. No orçamento municipal aprovado no ano passado na Câmara Municipal de São Luís, a administração municipal afirmou que a previsão com desporto e lazer era de R$ 2.310.000,00. Já a despesa prevista com investimento em trabalho ficou em R$ 344.600,00, enquanto a gestão ambiental teve despesa fixada em R$ 1.132.484,00.
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Para 2022, o cenário não está definido, mas se a passagem permanecer em R$ 3,40, a tendência é de que subsídio terá que aumentar. O reajuste salarial de motoristas e cobradores (estabelecido em contrato para todo mês de fevereiro) pesa mais de 50% no total da tarifa e ainda não saiu. Porém, a tendência é de que ao menos corrija a inflação do período, levando em conta, inclusive, o preço do óleo diesel.
Segundo as empresas de ônibus, a data-base está em negociação com o sindicato dos empregados e deve ser concluída até o mês de janeiro. Só com esse número definido é que o cálculo da nova tarifa técnica (retroativa a fevereiro de 2021) pode continuar – com a projeção de passageiros e demais custos – para saber quanto será preciso subsidiar.
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