Os mais de 11 milhões de brasileiros que votaram em branco e nulo no segundo turno das eleições 2018, realizado no domingo, equivalem à população de um país como Portugal. Eles representam 9,5% dos 147,3 milhões de eleitores brasileiros. Bolsonaro foi o vencedor, escolhido por 57,7 milhões de brasileiros, e Haddad (PT) foi opção de outros 47 milhões. Por sua vez, outros 31 milhões de brasileiros deixaram de ir votar – ou 21,30% do eleitorado. Somados aos brancos e nulos, 42,1 milhões não escolheram um dos dois candidatos para ser o 38º presidente eleito democraticamente.

Esse é o maior índice desde a redemocratização do Brasil. Nas eleições presidenciais de 1989, brancos e nulos somaram 5,8% do eleitorado – equivalente a 4 milhões de pessoas –, enquanto abstenções somaram 14,4% do eleitorado, quase 12 milhões de pessoas. Para especialistas, o número expressa desconfiança e descrédito com relação à política e às mudanças que a eleição poderia trazer.