A Polícia Civil do Maranhão sofre com baixa no quadro de delegados por conta de desistências da carreira devido às condições precárias de trabalho, segundo informações levantadas pela Associação de Delegados do Maranhão (ADEPOL-MA).
De acordo com a ADEPOL, o Maranhão tem aproximadamente 160 cargos vagos de delegados. Em comparação com 2014, o estado já registra 60 delegados a menos, e esse número pode ser ainda maior, considerando que mais de sessenta profissionais em atividade atendem aos requisitos para solicitar a aposentadoria e permanecem no cargo devido ao auxílio-permanência. Dos últimos 12 delegados nomeados pelo governo do estado, somente cinco efetivamente tomaram posse.
O órgão classifica a situação como um “desprestígio” o que resulta na perda de talentos. A estrutura da Polícia Civil vem sofrendo desmonte, com redução de recursos humanos e equipamentos, o que dificulta ainda mais o desempenho dos delegados.
A última conclusão de concurso público para contratação de delegados foi em 2018, com previsão de 20 vagas no edital. Desde então, apenas aproximadamente 100 delegados foram nomeados, sendo que pelo menos 20% deles desistiram do cargo ou pediram exoneração em pouco tempo após a posse.
Esse número reduzido de nomes ao longo dos anos dificulta a ocupação completa dos cargos previstos, aumentando a defasagem na corporação. O Maranhão está entre os 10 estados com a pior remuneração de delegados do país. Segundo o anuário Brasileiro de segurança pública o estado de divulgado tem o segundo menor gasto per capta em segurança pública do país está atrás apenas do Piauí. (276,86).
Em nota na sexta-feira sobre o assunto, Adepol parabenizou o Governador Carlos Brandão e os aprovados no concurso para Delegado de Polícia, mas lamentou a renúncia de metade dos candidatos, evidenciando o estado de abandono da Polícia Civil e a falta de prestígio ao cargo de Delegado no Maranhão. O efetivo policial no estado é insuficiente e os salários dos Delegados são baixos em comparação com outros estados.
A nota mencionou ainda o baixo investimento em segurança pública no Maranhão e disse que a associação busca diálogo com o Governo para resolver essas questões e espera uma resposta rápida.
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