Apesar de orquestração, secretária de Saúde trabalha para evitar colapso do sistema por falta de insumos básicos

Tem um provérbio que diz “a mentira corre e cansa, mas a verdade anda e alcança”. A expressão se encaixa aos desafetos da enfermeira Natália Ribeiro Mandarino, titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), que mandaram divulgar na imprensa uma ‘informação desinformada’ sobre contrato no valor de R$ 4 milhões que a pasta realizou para aquisição de luvas cirúrgicas.

Mas como a “mentira tem perna curta”, logo a verdade apareceu: o próprio documento usado para dizer que a contratação tem indícios de superfaturamento, comprova que a mentira “se vestiu da verdade” e acabou revelando algo estarrecedor: Natália Mandarino pagou até 08 vezes mais barato na compra das luvas cirúrgicas do que Lula Fylho gastou na aquisição de máscaras.

A fake news lembrou outro ditado sobre “o tiro que saiu pela culatra”, expressão muito utilizada para dizer que algo ocorreu de maneira contrária ao esperado. A verdade é que apesar de orquestração e do ‘fogo amigo’, a secretária de Saúde trabalha para evitar colapso do sistema por falta de insumos básicos. Explico a seguir, com base em um estudo produzido pelo blog:

A falta de materiais básicos como luvas cirúrgicas virou um dos maiores gargalos em todo o Sistema de Saúde de São Luís podendo, inclusive, ser o principal fator responsável por um iminente colapso. Para termos ideia da dimensão do problema, o desabastecimento da rede de um item básico, como luva, pode parar o atendimento no Hospital Municipal Djalma Marques – Socorrão I e Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura – Socorrão II que, mensalmente, realizam mais de 1.600 intervenções cirúrgicas.

Sistema de saúde pode entrar em colapso por falta de luvas cirúrgicas

Para enfrentar o problema, a secretária de Saúde Natália Mandarino firmou contrato com a empresa NR Comercial e Serviços Eireli para compra de luvas cirúrgicas, pagando 08 vezes mais barato que o ex-secretário Lula Fylho na aquisição de máscaras para o combate da covid-19.

Além de focar no combate à doença que já matou milhares de pessoas na cidade, segundo informações que corre nos bastidores do Palácio de La Ravardiere e Semus, Mandarino estaria precisando enfrentar a orquestração de pessoas ligadas ao antecessor e o fogo amigo de alguns setores da administração entre eles na Comunicação e Controladoria.

Essa semana, por exemplo, a titular da Semus foi alvo de uma fake news que saiu de dentro da própria pasta, que teria sido vazada ao ex-secretário Lula Fylho, que por sua vez se encarregou de encaminhar para uma personagem com nome de ‘santa’ finalizar o serviço. A desinformação que foi divulgada na blogosfera levantou suspeitas de superfaturamento no valor contratual, quando na verdade os próprios documentos usados na matéria se encarregaram de desmentir a denúncia.

Valores das luvas contratadas pela gestão Mandarino
Valores de luvas contratadas em outras cidades do Brasil

O contrato orçado em pouco mais de R$ 4 milhões mostra preços unitários dos itens variando entre R$ 0,39 a R$ 1,98. No entanto, com o simples propósito de macular a imagem da secretária, que vem fazendo um excelente trabalho à desde que assumiu o cargo, a matéria que informou desinformando, acabou omitindo algumas importantes informações, tais como, o pedido de realinhamento de preço feito pela empresa para R$ 0,89 centavos, por conta do desabastecimento do mercado nacional, e que o parecer da Procuradoria da pasta foi pelo indeferimento, conforme documento em anexo. Ou seja, mantendo o valor inicial de R$ 0,39 centavos por valor unitário.

Outras duas importantes informações que também foram “esquecidas” dizem respeito ao pedido de estorno do empenho de nº 1484/2020, referente ao processo de nº 35496/2020 da NR Comercial e Serviços Eireli, no montante de mais de R$ 3 milhões de reais e, ainda, o valor devido de apenas R$ 987.900 mil reais das luvas que foram fornecidas, mas que não foi pago nenhum centavo exatamente por conta da não homologação do contrato pela CGM, que vem trabalhando a passos de “tartaruga”.

O engraçado é que nos inúmeros contratos assinados pela gestão do ex-secretário Lula Fylho, entre eles a proposta contratual assinada para aquisição de máscaras triplas ao preço unitário de R$ 3,50 e na compra de insumo médico ao preço unitário de R$ 9,90, o órgão controlador interno deferiu a proposta que acabou sendo alvo da operação Cobiça Fatal.

Nota de empenho mostra que nenhum valor do contrato foi pago

Não é curto o caminho de uma notícia falsa. Fake news navegam nas águas turvas e tortuosas da internet. Encontram atalhos para alcançar lugares remotos. Ganham volume nas redes sociais dos indivíduos, cidadãos comuns que inocentemente, muitas vezes, compartilham e ajudam a disseminá-las como um vírus, que se multiplica de forma descontrolada, matando reputações, prejudicando pessoas, entre outros prejuízos.

No entanto, assim como para o estadista britânico Winston Churchill, “uma mentira dá uma volta inteira ao mundo, antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”, é preciso que se dê oportunidade para a “mentira se vestir da verdade”. Todo cuidado é pouco. Estamos falando de algo sério e perverso. A única verdade na tal denúncia de indícios de superfaturamento é que ela serviu para comparar as compras realizadas por Lula e Mandarino. Os documentos que estão sendo disponibilizados em anexo visam contribuir para reparar uma falsa informação que, assim como o coronavírus, provoca prejuízos e mata reputações.

DOCUMENTOS

E-mail comprova que Semus fez observações ao contrato pactuado, conforme ordem de fornecimento

Em outro e-mail empresa solicita estranhamente um realinhamento, mas Semus informa indeferimento da sugestão proposta pela empresa com parecer jurídico em anexo

CGM usa dois pesos e medidas em relação aos contratos de Natália Mandarino e do ex-secretário Lula Fylho

Nota de empenho mostra que nenhum valor contratado foi pago à empresa mostrando seriedade da secretária com a coisa pública, uma situação diferente do antecessor

Parecer da assessoria jurídica sugerindo o indeferimento do realinhamento proposto pela empresa

Após realinhamento proposto pela empresa, secretária pediu o estorno do empenho do valor contratado