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Quase 5 mil dos mais de 8 mil advogados que compareceram nas urnas não votaram em Thiago Diaz

Apesar de ter recebido a maior parte dos votos válidos, o presidente reeleito da Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA), Thiago Roberto Moraes Diaz foi descartado pela maioria dos advogados maranhenses aptos a votar. No pleito que foi realizado nessa sexta-feira, em 18 cidades, para escolha da nova diretoria da Seccional e das 16 Subseções da OAB no estado, Thiago Diaz recebeu 47,94% dos votos possíveis.

Na eleição mais emocionante da história da entidade no Maranhão, o candidato da Chapa 4 – “Vamos fazer muito mais” somou 3.894 votos. Enquanto isso, o número de votos em branco, nulos e os entregues aos adversários somaram 54,6%, sendo 106 nulos (1,31% do total) e 100 em branco (1,23%).

OPOSIÇÃO TEVE MAIORIA DOS VOTOS
Ao todo, o Maranhão tem 10.657 advogados aptos a votar, mas apenas, 8.328 compareceram às urnas, sendo que 8.122 foram votos válidos. Destes, 3.004 (36,99%) votaram em Carlos Brissac, 727 (8,95%) votaram na Sâmara Braúna e 497 (6,12%) apostaram em Mozart Baldez. Se levarmos em conta apenas os votos da oposição, temos 4.224 eleitores que totalizam 330 votos a mais que os 3.894 obtidos por Diaz. Ou seja, a oposição perdeu uma grande oportunidade de sair com a vitória.

Mesmo sem receber mais da metade dos votos totais, Thiago só foi reeleito porque as regras e provimentos da OAB não permitem que haja 2º turno da eleição na entidade. Se isso fosse possível, iriam para a segunda etapa da disputa os advogados Carlos Brissac e Thiago Diaz, que continuariam concorrendo disputando votos e apoios de Sâmara Braúna e Mozart Baldez.

Os números mostram que o atual mandatário da Seccional maranhense da OAB foi uma espécie de ‘rejeitado vitorioso’. Para alguns analistas consultados pelo blog, os votantes dos candidatos oposicionistas somados aos que votaram em branco ou nulo formam “um contingente muito expressivo de causídicos que se recusaram a aderir à candidatura de Thiago”. Isso significa que o presidente reeleito da OAB/MA não terá “carta branca” ou “caminho livre” para administrar a entidade da maneira que quiser.

ELEIÇÃO DA OAB PODE SER ANULADA
Embora tenha renovado o mandato para o triênio 2019-2021, Diaz ainda não pode comemorar, embora tenha ido à missa agradecer por sua “reeleição”. É que o pleito da OAB/MA já está na Justiça. O candidato Mozart Baldez, da Chapa 1, ajuizou na última quinta-feira (22), ação na Justiça Federal, contra a Comissão Eleitoral da OAB/MA; contra a Chapa 4 – “Vamos fazer muito Mais”, representada na pessoa do Dr. Thiago Diaz e também contra a Chapa 2 “OAB de Verdade”, representada na pessoa do Dr. Carlos Brissac, que congregava membros da atual diretoria da entidade que estaria toda inelegível. Nesta segunda-feira (26), Baldez deverá realizar mais uma representação: desta vez junto ao Conselho Federal.

Nos pedidos, Baldez anexou vários documentos comprovando suposta incapacidade do colegiado responsável pelo pleito eleitoral e a inelegibilidade de Thiago que teria comprometido a chapa de Brissac. Se a justiça ou a instância superior da OAB entender que ocorreram irregularidades no processo eleitoral do Maranhão ou confirmarem a inelegibilidade de Diaz, a eleição pode ser anulada e mais uma vez deverá ser realizada, mas, desta vez, sob a coordenação do Conselho Federal. Em ambos os casos, a Chapa 1 que se destacou na campanha deste ano, pode ser protagonista da anulação do suposto processo ilegítimo que se findou ontem.