No dia 03 de maio, após anunciar a demissão da vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda (PSD) do comando da Secretaria Municipal de Educação (Semed), o prefeito Eduardo Braide (Podemos) agradeceu sua companheira de chapa por toda a dedicação à frente da pasta municipal e afirmou que Esmênia estava retornando ao Gabinete da Vice-prefeita (Gavic), onde lhe ajudaria a cuidar ainda mais de São Luís. “Obrigado, Esmênia. Vamos em frente por uma cidade melhor!”, declarou em vídeo publicado em suas redes sociais.

O problema, entretanto, é que o chefe do executivo ludovicense não cumpriu sua promessa e transformou a segunda pessoa da linha sucessória no cargo do executivo municipal numa “espécie de vice decorativa”, expressão que ficou eternizada na carta do então vice Michel Temer para a ex-presidente Dilma Rousseff.

Um levantamento realizado junto a Agência de Notícias Oficial da Prefeitura de São Luís – responsável por acompanhar a agenda e divulgar ações da administração municipal, apontou que entre o dia 03 [data em que Esmênia foi desligada da Semed] até a presente data, dos 53 compromissos oficiais que Braide cumpriu no período, a vice-prefeita só esteve em 05 deles.

Curioso, é que mesmo nos eventos em que prefeito e vice estiveram juntos, Esmênia acabou sendo escondida das fotos oficiais como ocorreu, por exemplo, na entrega de 28 novos ônibus para o sistema de transporte urbano da capital no último dia 06. Nas imagens disponíveis no site da prefeitura, uma a vice aparece de costa e na outra está dentro de um coletivo, mas com um ângulo muito distante.

O golpe tá aí, cai quem quer! Braide esconde sua vice das fotos nos compromissos oficiais

História se repete

Não é mesmo, como parece, um simples jogo político combinado entre Braide e Esmênia. Já se fala, mas não se sabe como e por que o conflito começou. O fato é que, neste curto tempo de governo, o prefeito tem falado pouco e a vice, menos ainda.

Com discordância de um e de outro. Talvez haja uma data. Mas não sabemos o que motivou essa postura entre os dois. Uma coisa é certa: isso tudo vem ocorrendo depois que a vice aceitou ser secretária, mas não aceitou interferência na pasta e acabou sendo exonerada.

O clima entre Braide e Esmênia repete a mesma história entre o ex-prefeito João Castelo (PSDB) e sua então vice Helena Duailibe (SD). Na época, Helena aceitou ser secretaria de saúde, mas sua passagem pelo órgão não durou nem seis meses e acabou sendo afastada por Castelo numa turbulenta exoneração.

Edivaldo deu destaque aos vices

Dos gestores que passaram pelo Palácio de La Ravardière, é provável que o mais sortudo com os vices tenha sido Edivaldo Júnior. No primeiro mandato, o ex-pedetista teve como companheiro de chapa Roberto Rocha que saiu do Gavic para o Senado.

No segundo mandato, o vice escolhido foi Júlio Pinheiro. Nos dois casos, Edivaldo nunca teve problemas com os personagens da linha sucessória no cargo do executivo municipal. Nas agendas que cumpriu no mandato, também nunca fez questão de isolar ou esconder seus vices.

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