A sessão do Conselho Superior do MPF (Ministério Público Federal) realizada nesta 6ª feira (31.jul.2020) foi marcada por 1 bate-boca entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e procuradores que o criticaram por declarações sobre a operação Lava Jato.
Aras vem travando embates com a força-tarefa de Curitiba. O antagonismo ganhou tração diante de reportagem do Poder360 que revelou que o time de Aras vem procurando possíveis inconsistências e erros em denúncias apresentadas.
A discussão começou a partir de fala do procurador Nicolao Dino, o 1º a falar na sessão: “Vossa Excelência, com o peso da autoridade do cargo que exerce, e evocando o pretexto de corrigir rumos ante a supostos desvios das forças-tarefas, fez graves afirmações em relação ao funcionamento do Ministério Público Federal em debate com advogados”.
Aras repreendeu o procurador. Mandou Dino parar de comentar a operação e focasse apenas no tema da reunião, que era orçamento. “[Aqui] não será 1 palco político de Vossa Excelência e de ninguém. […] Após a sessão do orçamento, Vossa Excelência terá a palavra e eu irei replicar os pretextos de Vossa Excelência, e o farei com documento de que disponho em mãos para acabar com qualquer dúvida acerca dos fatos”, disparou Aras.
No final da sessão, Augusto Aras respondeu a Dino. O chefe do MPF reclamou que os colegas procuradores vazam manifestações à imprensa.
Aras afirmou que as acusações que fez contra a atuação dos procuradores da Lava Jato já estão sob investigação. “Caberá a eles apurar a verdade, a extensão, a profundidade e os autores, e os coautores, e os partícipes, de tudo que declarei. Porque me acostumei a falar com provas, e tenho provas, e essas provas já estão depositadas perante os órgãos competentes”.
No final, o chefe da PGR encerrou bruscamente a sessão. Uma das procuradoras pediu para que Aras voltasse para escutá-la. Ele ignorou e deixou o plenário, de onde ele comandou o debate.
Assista abaixo à sessão desta 6ª feira (31.jul). A resposta de Aras ocorre a partir de 3h46min: