A destinação de emendas parlamentares no valor de R$ 169 milhões deve novamente opor membros da bancada maranhense no Congresso Nacional.
Nesta semana, deputados federais do Maranhão reuniram-se para começar a discutir o tema, mas – sem a presença de todos representantes e, ainda, sem nenhum senador presente – ainda não foi possível tomar uma decisão, que ficou para a próxima semana.
O tema é controverso e ainda não há consenso. O deputado federal Hildo Rocha (MDB), por exemplo, já propôs que o recurso seja encaminhado ao estado, novamente, via Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
“Defendi a destinação de recursos para o fortalecimento da agricultura familiar, por meio da Codevasf e também para melhorar o atendimento oncológico, no Estado”, esclareceu.
Aliados do governador Flávio Dino (PCdoB), no entanto, preferem que a verba seja encaminhada ao Executivo, para aplicação direta nos municípios.
Cizânia
O destino da chamada emenda de bancada – um aporte de recursos a ser indicado, em conjunto, por todos os membros da bancada maranhense no Congresso, composta por deputados federais e senadores – já foi motivo de cizânia em 2017.
Também naquele ano, os aliados de Dino pretendiam enviar ao governo os $ 160 milhões da emenda. Após intervenção do senador Roberto Rocha (PSB), corroborada pela maioria, decidiu-se encaminha ao Executivo estadual R$ 70 milhões. Os outros R$ 90 milhões foram repassados por meio da Codevasf.
Pelo acordo do ano passado, os R$ 70 milhões repassados via Governo do Estado foram integralmente destinados às Saúde.
Já os R$ 90 milhões da Codevasf foram aplicados em ações voltadas ao fortalecimento da capacidade produtiva dos municípios, como a construção e recuperação de estradas, implantação e distribuição rural de energia, e aquisição de equipamentos agrícolas.
Saiba mais
A decisão da bancada de encaminhar recursos à Codevasf, em 2017, ainda incomoda aliados do governador Flávio Dino (PCdoB). No início do mês, após sua eleição como senador, o deputado federal Weverton Rocha (PDT) lembrou do caso, ao comentar como se dará sua relação com Roberto Rocha no Senado.
“Essa harmonia é melhor não ter, porque essa harmonia foi justamente para boicotar o Maranhão. Eles deixaram de mandar uma emenda de R$ 180 milhões [R$ 160 milhões, na verdade] para a Saúde do Estado com essa harmonia aí, mantendo essa tal de unidade. Se for assim, é melhor a gente chegar dividido, dois a favor do Maranhão”, afirmou.