A Câmara de São Luís realizou, na noite dessa quinta-feira (06), uma live cujo tema foi a saúde mental. O evento aconteceu por meio do perfil “@camaraslz” no Instagram e continua disponível na íntegra para visualização dos interessados.
Com o título “E a saúde mental, como está?”, a live fez alusão à campanha Janeiro Branco e teve como convidados os psicólogos da Casa Legislativa, Ruan Ferreira e Mauro Brandão. A moderação foi realizada pela técnica em Relações Públicas da Câmara, Larissa Viveiros.
Ao iniciar o evento, a profissional de Comunicação Social se apresentou e recepcionou os presentes na live. Logo após, Larissa Viveiros informou o currículo de cada um dos psicólogos e, em seguida, tanto Ruan Ferreira quanto Mauro Brandão passaram a responder questões como: Como cuidar da mente? Quais são os sinais de alerta para que possa ser identificado um problema referente à saúde mental? Por que ainda há tabu quando o tema é saúde mental? Como a pandemia tem interferido na saúde mental?
Pelas respostas dadas aos questionamentos realizados, foi possível verificar que saúde mental engloba não apenas aspectos relativos ao indivíduo, mas também envolve questões macrossociais. Foi isto que explicou Ruan Ferreira ao abordar a questão da saúde mental, especialmente no que tange aos fatores protetivos e de risco.
“Quando falamos de saúde mental, temos fatores protetivos e fatores de riscos. Então, quando pensamos no cuidado da saúde mental, precisamos pensar justamente nisso. Quais são os fatores protetivos? Quais são aqueles fatores que possibilitam que eu lide bem com as situações estressoras do dia a dia? Que me permitem resolver os conflitos que eu necessito? Que me fazem dar conta das demandas que tenho, sejam elas familiares, profissionais, relacionais. É uma proteção familiar? É uma política pública? É amplo o leque de fatores que me dão condições para ter esse cuidado. A saúde mental necessita ser pensada de forma integral e não individualizada. O cuidado com a saúde mental é muito amplo e perpassa por toda a sociedade, como políticas públicas, dispositivos do SUS, da Assistência Social. Quando pensamos em fatores de risco, pensamos em todos os tipos de vulnerabilidades existentes, como questões familiares, racismo, homofobia. Tudo isso são vulnerabilidades que colocam as pessoas em situações que podem levá-las a ter algum problema na saúde mental”, explicou Ruan Ferreira.
Sobre sinais de alerta que podem ser observados quando se trata da saúde mental, o
mesmo profissional de Psicologia fez a seguinte recomendação: “Quando você percebe que está tendo dificuldade para lidar com questões que antes você lidava tranquilamente, seja no trabalho ou em casa. Quando você for percebendo que está tendo esta dificuldade mesmo, certo? Não necessariamente precisa existir uma questão patológica de transtorno mental para buscar um atendimento, basta você está sentindo que não consegue mais lidar com as situações, sejam elas pessoais, profissionais… ou seja, se você está tendo alguma dificuldade que você não tinha antes, procure um dos espaços que oferecem atendimentos, sejam eles particulares ou na rede do SUS. Também há casos de surgirem situações novas na nossa vida e a gente não saber como lidar com elas, como proceder ou de que forma caminhar com elas”, ressaltou Ruan Ferreira.
Pandemia – Outro momento da live que pode ser destacado foi o dado apresentado por Mauro Brandão acerca de como a pandemia impactou na saúde mental das pessoas. O psicólogo informou que um estudo feito por especialistas do hospital San Raffaele, em Milão (Itália), apontou que 55% dos pacientes monitorados após contraírem Covid-19 desenvolveram pelo menos um transtorno psiquiátrico.
“Esse momento de incerteza é um momento para nós diferente e excepcional. Até outro dia víamos que estavam sendo feitas liberações e pensávamos estarmos voltando ao normal. De repente, no começo do ano, UPA’s lotadas e posto de saúde lotados com pessoas apresentando sintomas gripais. Então, percebemos que temos que ir devagar porque a situação não está como gostaríamos que estivesse. Nesse momento diferente e excepcional, nossas reações são excepcionais. A gente vai sentir um pouco mais de raiva, muito medo, angústia. E esses sentimentos e sensações que fomos percebendo, para quem, por exemplo, já tinha uma predisposição, podem ter desencadeado ou não algum transtorno mental, explico que não é um fator causal, podem ter sido ou não fatores desencadeadores, pois são grandes estressores para todo mundo. Quem não tinha uma predisposição também foi afetado. Então, o que se percebe é que o impacto da pandemia na saúde mental foi significativo”, disse Mauro Brandão.
Já sobre atitudes e ações que podem contribuir para a saúde mental atualmente, os profissionais de Psicologia destacaram a busca por terapia, prática regular de atividade física, manutenção de alimentação saudável, obtenção de informação em fontes confiáveis e fortalecimento de laços sociais, como rede de apoio e amizades.
Para Silen Ribeiro, relações públicas da Câmara de São Luís, a realização do evento cumpriu o objetivo proposto e avaliação dele foi positiva. “A minha avaliação sobre live foi extremamente positiva, porque houve uma boa participação, inclusive com as pessoas comentando. O evento teve exatamente o objetivo de informar e conscientizar as pessoas sobre a importância dos cuidados que elas devem ter com a saúde mental. Geralmente as pessoas acham que cuidar da saúde física já basta. E não é verdade, porque ter uma boa saúde mental é fundamental para o bem-estar da pessoa enquanto indivíduo e também na relação com outras pessoas. Então, de fato, discutir temas como esse é sempre extremamente importante”, declarou.
Janeiro Branco – A campanha Janeiro Branco foi idealizada para o 1º mês do ano
a fim de aproveitar o momento de reflexão e de planejamento atrelado à simbologia de recomeço. Assim, o principal objetivo da campanha é discutir a relevância da saúde mental e do cuidado com as emoções.
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