A eleição ao governo maranhense deste ano terá uma característica semelhante à de 2014: tem tudo para ser decidida pela rejeição. Se naquela corrida rumo ao Palácio dos Leões o que definiu o sucesso de Flávio Dino nas urnas foi o “antisarneísmo”, agora o que pode dar a vitória aos oposicionistas tem tudo para ser o “antiflavionarismo”. É o que mostra pesquisa Econométrica/O Imparcial divulgada nesta quarta-feira (17) quando analisamos os índices de rejeição.
Os números mostram que na disputa majoritária os adversários do atual mandatário do Maranhão não estão agregando apenas votos que naturalmente já seriam deles, mas, também, sufrágios de eleitores que não escolhem o governador Carlos Brandão (PSB) de jeito algum por causa do seu candidato a senador, que observa sua rejeição aumentar a cada dia.
São votos contrários a Flavio Dino, muito por conta de sua figura controversa com o presidente Jair Bolsonaro, baseado no ditado popular “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Embora Brandão tenha possibilidades de ser reeleito, o governador tem uma série de questões indo mal e que não colaboram com a campanha eleitoral devido a presença do ex-comunsita em seu palanque. Algumas destas questões envolvem, principalmente, a crise no sistema de ferryboat que já ocasionou polêmica dentro do próprio Ministério Público com repercussão junto a bancada federal.
Há um mês, levantamento do mesmo instituto trazia um índice semelhante nesse quesito. Diante disso, pelo que se pode compreender das duas pesquisas, o eleitor já decidiu quem escolherá em outubro. E isso não ajuda as candidaturas da terceira via, que teria pouca capacidade de virar escolhas que, em minha opinião, já estão consolidadas.
Definição
A rejeição está mais decisiva do que a aprovação. Em 2014, foi a eleição do “antisarneísmo”. Flávio Dino se engana quando pensa que ganhou por seus méritos. A morte do ex-governador Jackson Lago deixou um vácuo na oposição e, entre todos os adversários da família Sarney, o “cavalo selado” passou e restou ao socialista pular nele.
Essa eleição de agora está mostrando o “antiflavionarismo”. Há uma adesão a Lahesio [o crescimento dele explica isso, mesmo com o bolsonarismo divido no estado] por ser o candidato na qual os eleitores dele se colocam assim.
Os 21,4% e 20,5% que aparecem na pesquisa de hoje não são apenas votos de Weverton e Lahésio; são sufrágios contrários a Brandão, muito por conta da figura controversa de Flávio Dino, que está apoiando a reeleição do atual governador. Tem uma série de questões indo mal e que não colaboram com a campanha dele na chapa socialista.
Contudo, claro que Brandão pode ganhar e se reeleger. Mas, se as eleições fossem agora, com os olhos de hoje, me parece um grande desafio. Ainda mais depois que o eleitorado tomar conhecimento que a aliança de Flavio Dino com o grupo Sarney, cria uma espécie de “pacto pela miséria” no estado mais pobre do Brasil, situação que ser for bem explorada pela equipe de Weverton e Lahesio pode agravar ainda mais esse índice de rejeição.
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