Duas pessoas foram presas e 32 animais foram apreendidos na sexta-feira (19) durante uma operação que identificou dois abatedouros clandestinos na região do bairro João Paulo, em São Luís. A carne dos animais abatidos estava fora dos padrões sanitários e era vendida em feiras e mercados da capital.
A operação foi realizada pelo Ministério Público, Secretaria Municipal de Abastecimento, Blitz Urbana e a Polícia Militar do estado do Maranhão. Os abatedouros ficavam localizados entre os bairros do João Paulo e Coroado na capital. A carne era vendida principalmente na feira do bairro João Paulo, em São Luís. Os donos dos abatedouros não foram localizados.
Em uma parte do local, que ficavam localizados dois abatedouros, foram encontrados cerca de 30 animais, alguns já abatidos e prontos para serem vendidos. Os animais eram em sua maioria bodes e porcos.
Os animais ficavam em locais sem nenhuma condição de higiene, com ausência de equipamentos apropriados para o abate e na companhia de muitos insetos e sujeira.
Segundo a promotora da Promotoria do Consumidor, Lítia Cavalcanti, os abatedouros funcionavam de forma clandestina, sem nenhuma higiene e fora de todos os padrões sanitários. “Baratas, uma situação sanitária péssima, ratazanas porcos criados em valas de esgoto. Consumidor se coloca nessa situação de risco, sem saber de onde vem [a carne]”, disse.
Ainda foram apreendidos alguns porcos vivos. Eles estavam em chiqueiros sujos e escondidos, aguardando a hora do abate. As vísceras e carcaças eram jogadas no chão. Os abatedouros ainda ficavam ao lado de uma vala por onde corre o esgoto ao ar livre.
Para Ivaldo Rodrigues, Secretário Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, algumas pessoas se aproveitam desses espaços para fazer abate de vários animais. “Nós já temos os abatedouros oficiais, que a secretaria dá o selo de inspeção sanitária. E nos temos toda essa legalidade. Infelizmente as pessoas se aproveitam desses espaços que são absolutamente inadequados para esse tipo de abate”, afirmou.
A promotora Lítia pontuou que a operação pretende também alertar as pessoas para a necessidade de só comprar carne com procedência. ”essa é a realidade por trás da carne sem origem. Por isso quando o consumidor se coloca não só ele que vai comprar, mas sua família inteira a consumir uma carne dessa, o risco à saúde é imenso”, finalizou.