De O ESTADO – Espalhadas pela cidade, placas de obras públicas enchem a população com a expectativa de que finalmente um problema será resolvido, mas elas também podem representar a dificuldade do poder público para concluí-las, a lentidão na execução dos serviços, o não cumprimento de promessas e até mesmo o abandono do projeto. Em São Luís, há diversos exemplos de placas, ou de obras, que podem se enquadrar nessas classificações.
Um exemplo é a obra da primeira etapa de duplicação de 26,3 quilômetros da BR-135, entre Estiva e Bacabeira. A placa fixada no início do Campo de Perizes informa as datas de início (31/8/2012) e de conclusão dos trabalhos (20/8/2015), mas o prazo inicial já está vencido há quase dois anos. Um dos principais entraves da obra, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foi o fato de a rodovia ter 18 quilômetros situados em solo mole (Campo de Perizes), o que exigiu uma solução até então nunca feita em rodovias.
Somente a colocação das colunas de brita neste trecho durou aproximadamente dois anos. Além da fixação das colunas, outra parte importante da obra foi a retirada dos trilhos da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). Em 2015, problemas de recursos financeiros paralisaram a obra, sendo retomadas em 2016.
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Agora, de acordo com o Dnit, os trabalhos encontram-se na fase de pavimentação e, após o final do período chuvoso, serão intensificados os serviços de pavimentação e conclusão do viaduto na cidade de Bacabeira. Caso não haja mais intercorrências, a obra será entregue em dezembro de 2017. Ela é aguardada com ansiedade pelos condutores que trafegam pela rodovia, porque melhorará o tráfego de veículo, diminuirá os congestionamentos e aumentará a segurança na BR.
Ainda no perímetro urbano da rodovia, outra obra cujos prazos foram prorrogados é a da substituição de toda a tubulação da Adutora de Água Tratada do Sistema Italuís. A placa no local não informa as datas de início e término dos trabalhos, apenas o prazo de execução: 360 dias, quase um ano. A atual vazão da adutora é de 1,8 metro cúbico por segundo, e com as intervenções que estão sendo realizadas a estrutura passará a ter capacidade de 2,1 metros cúbicos por segundo. Aumento de 30%, melhorando o abastecimento de água para São Luís.
Em novembro de 2012, foi assinada ordem de serviço para o início das obras de substituição dos 19 quilômetros da adutora. A obra tinha conclusão prevista para novembro de 2013, mas, por causa da complexidade da troca da tubulação, ainda não foi concluída e novos prazos foram sendo estipulados. Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), a obra será entregue em junho deste ano. Segundo a Caema, vários trechos da obra precisaram de tempo extra para serem concluídos por causa da complexidade da estrutura, que é extensa e pesada.
NÚMEROS
R$ 213 milhões era o orçamento inicial da duplicação da BR-135, em 2012
R$ 420 milhões é o valor atual de investimento na obra que já dura quase cinco anos.