Vaga de conselheiro do TCE é cobiçada por 9 entre 10 políticos maranhenses (Foto: Reprodução)

A guerra pela indicação da vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão, com a aposentaria do conselheiro do Nonato Lago, ganhou mais um capítulo, após a revelação de um arquivo do TCE colocar os conselheiros Raimundo Oliveira Filho (maio de 1986) e Álvaro César de França Ferreira (janeiro de 1988), como origem de vaga do Poder Legislativo. Como já explicamos, essas nomeações ocorreram numa época em que o Parlamento não fazia indicação ao órgão.

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Conforme destacamos anteriormente, a origem das vagas dos sete conselheiros se prova através das nomeações. No caso de Raimundo Oliveira e Álvaro Ferreira, documentos obtidos pelo blog comprovam que as indicações deles foram realizadas pelo Chefe do Executivo.

Em relação a Álvaro Ferreira, sua chegada ao TCE só foi possível graças à Mensagem Governamental nº 006/88, cuja aprovação na Assembleia Legislativa, aconteceu em 22 de janeiro de 1988. O governador da época era o saudoso Epitácio Cafeteira (PDC), que comandou o Maranhão entre 15 de março de 1987 a 3 de abril de 1990.

Indicação de Álvaro César Ferreira feita por mensagem governamental numa época em que o governador era Cafeteira (Foto: Reprodução)

A indicação de Raimundo Oliveira à Corte de Contas também foi feita pelo Executivo, conforme Mensagem Governamental nº 019/86, com aprovação do Legislativo, no dia 15 de maio de 1986. Na época, o governador era  o saudoso Luís Rocha (PDS), que administrou o Maranhão entre 15 de março de 1983 a 15 de março de 1987.

As nomeações deles se diferenciam do ato que levou Edmar Cutrim, que é um dos três provenientes do Legislativo, ao Pleno e reforçam ainda mais a tese da desproporcionalidade na composição do TCE, fazendo o Executivo ficar com 4 contra 3 vagas da Assembleia, contrariando os termos do modelo constitucional, na forma preconizada também pelas decisões do STF.

Raimundo Oliveira também foi feita por indicação governamental na época em que Luís Rocha (PDS) era o chefe do Executivo (Foto: Reprodução)

Desistência da ação

Não se sabe até o momento, por exemplo, se era com base nessas informações que a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon), pretendia ingressar com petição na Justiça, requisitando a vaga de Lago para um procurador de Contas.

Segundo o blog apurou, as novas revelações sobre o caso teriam feito a entidade recuar em ingressar com o pedido judicial, pois a tentativa de usar informações equivocadas para sustentar a petição poderiam, inclusive, induzir o juízo em erro, ferindo o artigo 14, incisos I, II, III e V do Código de Processo Civil, uma vez que todos os que participam e atuam no processo devem proceder com boa-fé e lealdade. Os detalhes sobre essa possível desistência, entretanto, iremos detalhar na próxima abordagem sobre o assunto.

Atos de nomeações Raimundo Oliveira e Álvaro César se diferenciam do que levou Edmar Cutrim, que é um dos três provenientes do Legislativo, ao Pleno. (Foto: Reprodução)

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