Chefe do legislativo articula ‘consórcio de apoios’ tentando criar uma espécie de “todos contra Duarte” para derrotar o candidato Flávio Dino na capital

A cada dia, Othelino Neto toma um passo mais distante

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB) é o maior derrotado do primeiro turno das eleições em São Luís. Não apenas por contrariar seu partido, em detrimento da candidatura fracassada de Neto Evangelista (DEM) – que estava sendo apoiada pelo seu aliado Weverton, mas pela baixa votação que o candidato democrata obteve nas urnas, com um desempenho pior que o do deputado Wellington do Curso (PSDB), terceiro colocado nas eleições de 2016 na capital.

Othelino, que vinha sendo apontado como uma das opções para o Senado em 2022, agora vê até suas chances de disputar a reeleição para presidência da Casa de Leis diminuírem a cada dia. Depois de ficar “em cima do muro” e ter fugido para interior visando ignorar a convenção do próprio partido em São Luís, o chefe do legislativo voltou a colocar suas digitais na disputa eleitoral na capital.

Depois de direcionar o apoio do vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Glalbert Cutrim (PDT) à candidatura de Eduardo Braide (Podemos), no segundo turno da eleição, Othelino Neto vem agindo para ajudar a derrotar Duarte Júnior, candidato apoiado pelo governador Flávio Dino neste 2º turno.

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Para tanto, conforme informações obtidas por fontes confiáveis, Othelino vem montando uma espécie de ‘consorcio de apoios’ contra Duarte Júnior. Além de Glalbert Cutrim, também levou o deputado Carlinhos Florêncio – que vota em Bacabal – para ajudar a dar volume e impressionar, mesmo que as lideranças sejam todas do interior. Tenta criar uma espécie de “todos contra Duarte”.

Hoje, o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), convocou coletiva para avisar que com quem vai seguir no segundo turno. Na primeira etapa da disputa, Do Curso anunciou apoio a Neto Evangelista (DEM), mesmo após o candidato democrata dizer que ele não tem seu respeito como gente.

Como todos já sabiam, o apoio de Wellington a Evangelista teve como um dos principais articuladores o próprio Othelino Neto, filiado ao PCdoB que tinha como candidato na disputa, o deputado federal Rubens Jr.

No primeiro turno, Wellington estava muito próximo de fechar com Duarte Júnior, que é candidato do Republicanos, partido do vice-governador Carlos Brandão. O acordo vinha sendo costurado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).

O tucano, contudo, sabia que o movimento em torno de Duarte, se confirmado, poderia fechar as portas na Assembleia. Nos últimos anos, Wellington construiu uma sólida relação de amizade com o presidente da Casa. Tão sólida que o comunista chegou mesmo a dar suporte político à reeleição do colega em 2018 – mesmo com a desaprovação do Palácio dos Leões.

Talvez, por isso, Wellington não tenha conseguido influenciar na disputa. Perdeu com Neto, e o iminente enfraquecimento de Othelino daqui a dois anos pode afetar em cheio sua reeleição tucano que sairá bem menor do que entrou nesse pleito.