Em 25 anos, legislativo bacabeirense já teve sua composição renovada em mais da metade. Em duas eleições, por exemplo, apenas 03 dos 09 parlamentares conseguiram retornar aos mandatos, alcançando um índice de 70% de renovação da bancada.

Uma cortina de fumaça ilusória se criou ao fim do prazo para filiação a um partido político com vistas às eleições municipais de 2020, dando conta de uma possível renovação somente de 40% da composição atual da Câmara Municipal de Bacabeira, sendo que os outros 60% seria dedicado à volta dos atuais mandatários, devido a nova representação das siglas na Casa. Falou-se até que os partidos que conseguiram filiar mais vereadores poderiam alcançar a glória de se qualificar a continuar com a maior bancada em 2021.

Logico que isso não passam de previsões e análises, mas todas difíceis de se confirmar, salvo pela frieza dos números, que não condizem com a natureza da política.

Com base na história de uma disputa que está prestes a completar seus 26 anos em um mesmo formato, é seguro afirmar que a rejeição, o fim das coligações e as mudanças nas regras eleitorais, não será nada fácil apresentar como bom presságio para o que vem pela frente.

Na prática, será uma combinação perigosa que poderá alterar muito o perfil dos futuros eleitos. Da eleição de 1996 à 2000 e do pleito de 2008 à 2012, por exemplo, quando o legislativo ainda contava com uma composição diferente desta que foi eleita em 2016, apenas 03 dos 09 parlamentares conseguiram retornar aos mandatos, fazendo a Casa alcançar por duas vezes em sua história, um índice de 70% de renovação de sua bancada.

A pesquisa realizada pelo blog revela ainda que somente em duas oportunidades ao longo de sua trajetória, a Câmara conseguiu manter mais da metade de sua composição: exatamente nas disputas de 2000 e 2016, conforme dados em anexo. A dificuldade para retornar aos mandatos em Bacabeira é tão grande que na eleição passada, dos vereadores que disputavam a nova composição de 11 vagas, apenas 05 dos 09 foram reeleitos e estão integrando a atual legislatura.

Com o fim das coligações proporcionais, grande parte dos atuais vereadores, tiveram dificuldade de migrar para partidos com chapas mais leves e tendem a disputar entre si em chapas partidárias muito concorridas, com um quociente eleitoral alto. Muitos deles, servirão apenas de ‘escada’ para renovar mandatos de quem terá mais estrutura e ‘bala’ na agulha.

Para esse ano, a estimativa é que o quociente eleitoral necessário para eleger um vereador seja de 1.100 (mil e cem) votos por partido. Em 2016, o quociente ficou em 1.062 (mil e sessenta e dois) votos, mas nenhum vereador chegou, sozinho, nem perto da metade dessa marca. O mais votado, o atual chefe do legislativo, obteve 484 votos.

A proibição de coligações nas chapas proporcionais tem o objetivo de impedir que um partido “transfira” votos para candidatos de outras legendas, com votação inferior, apenas por estarem coligados. Com as mudanças, as legendas buscam escalar nomes capazes de atingir ou superar o quociente.

Na cidade, vereadores e pretensos candidatos rumo à Câmara Municipal no pleito deste ano, já costuram acordos nos bastidores e calculam perdas e ganhos. É que agora, os campeões de votos só ajudarão a eleger integrantes de suas próprias siglas, desde que o candidato tenha obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral.

Nas eleições de 2016, um número de 100 candidatos concorreram as 11 vagas do legislativo municipal. Com o desgaste da legislatura atual e o fim das coligações, alinhados às mudanças nas regras com as clausulas de desempenho, a quantidade de candidatos a vereador deve ser maior em 2020, pois teremos mais partidos dispostos a encarar o pleito, colocando puxador de votos nos povoados.

Com isso, a renovação na Casa de Leis tende aumentar, mas não me arrisco a falar em números ou proporções. Associado a tudo que foi dito acima, ainda temos o histórico recente da Câmara que insiste em jogar contra quem luta pela renovação de seus mandatos.

DECANO É UM CASO À PARTE

Dos atuais mandatários, o decano Romualdo Oliveira é o que mais tem surpreendido quando o assunto é a reeleição. Assim com outros três vereadores – Vilmar (DEM), Jeferson (PSC) e Kelliane (PL)-, o decano da Casa não terá concorrente de mandato em seu partido novo, o PSL. Com isso, suas chances e possibilidade de alcançar seu sexto mandato consecutivo aumentam ainda mais.

A conclusão pode ser tirada por você mesmo, leitor. Confira levantamento abaixo:

Nota: Matéria publicada às 04h48 do dia 30 e atualizada às 22h00 do dia 31 de Maio, para complementar informações que constam no levantamento.